Breve Histórico da Academia Friburguense de Letras


Em 1947,  um grupo de professores, jornalistas, médicos, filósofos, advogados, poetas, escritores, pensadores, dentre eles o Juiz de Direito da Comarca de Nova Friburgo, sob a liderança do professor Messias de Moraes Teixeira, resolveu fundar a Academia Friburguense de Letras.
 
Reuniram-se pela primeira vez nos bancos da então Praça Quinze de Novembro, hoje denominada Praça Getúlio Vargas, no centro da cidade. No dia 22 de junho de 1947, reuniram-se na sala de leitura da Biblioteca Pública Municipal,  considerando-se essa data como a da fundação da AFL. 
 
A primeira Diretoria da instituição ficou assim constituída:

Presidente: Dr. Oscar Goulart Monteiro – Juiz de Direito da Comarca de Nova Friburgo.

1º Vice-Presidente: Prof. Messias de Moraes Teixeira – Advogado e diretor do Colégio Modelo.

2º Vice-Presidente: Dr. Rudá Brandão Azambuja - Médico, poeta e escritor, autor da frase que é lema da Academia: “Cultuar a arte é sublimar o espírito”.

1º Secretário: Dr. Jaime de Siqueira Bittencourt – Advogado,  professor, e proprietário do Colégio Bittencourt, em Niterói.

2º Secretário: Prof. José Côrtes Coutinho – Professor de Literatura e Língua Portuguesa, escritor e filósofo.

1º Tesoureiro: Prof. João Batista de Moraes – Professor de Literatura Portuguesa e Latim.
 
Para presidente do Conselho Fiscal foi eleito o filósofo, filólogo, escritor e intelectual sergipano Dr. Afonso Freire, primo de Gilberto Freire.
 
Até 1962, quando os acadêmicos não podiam se reunir na sede da Biblioteca Pública Municipal, os encontros eram realizados alternadamente, ora na residência de um, ora na residência de outro membro da diretoria.
 
No entanto, tal revezamento causava transtornos, pois exigiam que os documentos, os livros de atas, as correspondências, enfim, todo o material de expediente da secretaria,  matérias para a imprensa  e outros papéis importantes fossem transportados em pastas para o local da reunião.
 
Temendo que tal situação pudesse levar o projeto da Academia de Letras ao fracasso, o acadêmico e jornalista Juvenal Marques,  proprietário e diretor do “Jornal de Friburgo” e presidente da Academia Friburguense de Letras, junto de outros acadêmicos, passou a trabalhar para que a Academia tivesse sua sede própria. Depois de longas e intensas negociações  com diferentes prefeitos municipais,  conseguiu-se  que a prefeitura cedesse, por prazo indeterminado, o prédio onde até hoje funciona a AFL. Para a concretização desse sonho, foi decisiva a decisão do prefeito  Amâncio Mário de Azevedo, renomado Médico e de tradicional família friburguense,  que cedeu à instituição o prédio situado na Praça Getúlio Vargas, 57 – Centro. Na placa de bronze que registra o histórico ato consta o seguinte:
 
“Com o beneplácito do Egrégio Poder Legislativo Municipal, chefiado pelo Vereador Amadeu Villa, este prédio foi construído pelo esforço ingente de dois abnegados idealistas: Dr.Amâncio Mário de Azevedo – Prefeito Municipal e Juvenal Marques – Presidente da Academia.
   
Nova Friburgo, 16 de maio de 1962”.

Registre-se que a AFL foi a segunda do Estado do Rio de Janeiro a admitir mulheres (a primeira foi a Academia Fluminense de Letras) em seu quadro de acadêmicos,  constituído de quarenta cadeiras de membros efetivos. Foi ainda a primeira Academia de Letras a ser presidida por uma mulher: a   professora Dilva Maria de Moraes, no período de 1988 a 1999.
 
A  Academia Friburguense de Letras, cujo patrono é o poeta Julio Salusse (razão pela qual é também conhecida como "Casa de Salusse") além de boletins bimestrais, publica semestralmente a revista Letras Friburguenses.
Robério José Canto
Presidente

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